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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

RECEITA PARA A FELICIDADE?? NA CIÊNCIA OU NA VIDA?

Na semana passada (27/01) o articulista da Folha de São Paulo Hélio Schwartsman publicou um artigo intitulado receita para a felicidade o qual me inspirou a começar esta reflexão (leia aqui).

No artigo ele parte da constatação de que o ser humano busca a felicidade e que nós não temos a menor idéia de como chegar lá. Em seguida apresenta uma "boa notícia" para nós todos de que, com o auxílio da neurociência e da economia, psicólogos estão conseguindo mapear os problemas. Depois de longas 100 linhas eu não entendi nada. Você poderá lê-lo no endereço acima e tirar a sua opinião.

De fato a busca pela felicidade, expressada das mais diferentes formas, está entre as necessidades básicas de todo ser humano, as quais se juntariam o desejo de amar e ser amado, o desejo de bem, beleza e justiça. Este tema está por traz de todo verdadeiro debate filosófico, o qual tem ocorrido ao longo da história humana.

Mas como chegar lá? Seria muito pretencioso que alguém dissesse qual o caminho, tanto quanto dizer que ninguém tem a menor idéia de como chegar lá. Porque como todas as necessidades da vida a felicidade é vivida como busca, tateando, tentando identificar as pistas do caminho. Por isso eu gostaria de colocar a minha reflexão num âmbito existencial a partir de fatos que tenho refletido neste blog.

Por "coincidência" o tema do evangelho da missa do último domingo foi as bem-aventuranças (que em outras palavras poderia ser traduzido por felicidades). Neste evangelho Cristo diz que são bem-aventurados (felizes) aqueles que são: pobres em espírito, aflitos, mansos, fome e sede de justiça, misericordiosos, puros de coração, perseguidos por causa da justiça e finalmente quem for injuriado e perseguido por causa Dele.

Mas qual o denominador comum entre essas bem-aventuranças? Quem é essa pessoa com todas estas características? Quem O segue, quem é perseguido e injuriado por causa Dele.

Deste modo Cristo está dizendo que a felicidade tem a ver com o modo como vivemos, com as nossas escolhas e opções, com a nossa liberdade. E que para chegarmos a felicidade devemos segui-Lo. Viver como Ele.

Como comentamos semana passada o Amor que recebemos deste Outro é a fonte do amor que vivemos no nosso dia-a-dia e é a fonte de todas as bem-aventuranças que elencamos acima. A Felicidade está na doação de si ao outro, como nos ensinam as experiências humanas mais significativas como o relacionamento de amor entre o homem e a mulher, a amizade entre as pessoas, a paternidade e a maternidade.

Se não há felicidade nesses relacionamentos a experiência aponta que a falta é o amor.

Se não há amor é porque não existe o AMOR do OUTRO que nos sustenta dia-a-dia.

Sem isso recorremos a quem? A ciência? A técnica? Na minha experiência não é assim, a ciência e a técnica tem o seu espaço, mas neste campo da felicidade não. Na minha vida valeram mais as dicas que recebi na experiência do que os conselhos científicos de quem quer que seja.

Se não temos esse olhar para vida como compreenderemos a imensa demonstração de solidariedade humana como comentamos na semana passada, como compreenderemos de onde as pessoas em situação de sofrimento como nas enchentes e nas perdas acontecidas lá, encontraram força para recomeçar!

Se a felicidade não for capaz de responder a esses momentos, que todos passamos de modos diferentes, não será felicidade ou não será para esse mundo.

Somente quem já deu de si é capaz de num momento de sofrimento encontrar forças para recomeçar, porque quem ama recomeça a cada instante, a pessoa que eu amo agora, já é diferente de como era há pouco, digam os amigos, os amantes, os pais e os filhos.

Isso apesar de parecer um assunto longe da política coloca um critério claro para ela. Somente vale a pena fazer a política se for para ser feliz, e não é possível ser feliz também na política e na ação social, quem não é pobre em espírito, misericordioso por causa do AMOR deste OUTRO. Esse Amor se reflete na nossa vida no amor que damos e recebemos em todos relacionamentos que vivemos. Ser político sem amar o que faço, para quem faço não poderá conduzir a um caminho de felicidade.

Uma receita? Certamente não, mas uma luz que nasce da Presença desse Outro na vida de todo aquele que abre a sua porta na hora que Ele bate: como o pobre e o necessitado que vivem ao nosso lado e que são no nosso modo de ver (GPC) a única razão da nossa ação social e política.

Um comentário:

Marcilene disse...

Bravo!
Ná Sagradas Escrituras diz:
"Amáivos uns aos outros assim como eu vos amei"; veja bem ele deu a vida por nós, o que estamos fazendo aos outros???
"Ainda que eu falasse a língua dos Anjos, sem o AMOR nada seria".
Eu entendo que, sem o amor não ah FELICIDADE.
Bela reflexão.