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terça-feira, 22 de março de 2011

ESSE É O TIPO DE PESSOA QUE VOCÊS QUEREM FORMAR?

Na semana passada uma aluna da minha faculdade junto com o seu namorado foram encontrados mortos sem que de imediato fosse possível identificar a razão de uma fatalidade assim. Logo a imprensa começou a levantar uma série de suposições sobre as causas que depois não se confirmaram. FOI UM ACIDENTE.

A nossa imprensa parece que vive de "forjar" notícias e não de informar pessoas.

No dia seguinte a notícia da descoberta da morte do casal de jovens, ao chegar a faculdade me daparei com uma jornalista que queria "arrancar" de mim algum detalhe que alimentasse por mais algum tempo o noticiário.

Logo que iniciei o meu trabalho, atendi a ligação telefônica da mãe de uma colega da menina falecida, me perguntando se não dispensaríamos os alunos (naquele momento acontecia uma aula) porque o enterro ocorreria a tarde. Fez um quetionamento final que ressoa até agora na minha mente:

MAS QUE TIPO DE MÉDICOS VOCÊS ESTÃO QUERENDO FORMAR?

Dispensamos os alunos da classe no restante do dia. Fiquei porém com aquela pergunta de que tipo de profissional estamos querendo formar. Diante da morte daquela moça que vivia ao nosso lado (eu não a conhecia) ter aula de fisiologia, não fazia o menor sentido. Não queremos formar profissionais de saúde que não percebam que a morte, a vida, a pessoa são mais importantes que qualquer conhecimento teórico.

Fiquei pensando depois que todos nós que somos  responsáveis por jovens: pais e professores, mas também a imprensa e os políticos deveríamos sempre nos perguntarmos:

QUE TIPO DE PESSOA ESTAMOS QUERENDO FORMAR?

Como comentei em reflexão anterior, um exemplo vale mais que mil palavras (veja), por isso mais do que os milhões de recursos públicos que quase todos os dias a imprensa nos "informa" que são desviados (até parece que existe outro interesse neste tipo de informação) ocasiona mais dano ao povo aquilo que nossos jovens percebem com o fato que alguém de responsabilidade "rouba". Depois nós queremos ensinar a eles a ser cidadãos, a trabalhar, a estudar por um "valor'' que eles não percebem em nenhum lugar.

Essa semana aconteceu no cenário nacional um fato que se tornou o ponto de interesse da imprensa: a vinda do presidente Obama ao Brasil. Não sou daqueles que fica gritando palavras de ordens contra o EUA, pelo contrário me parece interessante para nós cidadãos que a sua visita possa ocasionar mais oportunidades de relações, inclusive econômicas. Mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de gente simples que foi até onde ele estava para encontrá-lo, de pessoas que com certeza não são leitoras de jornal, mas que comentaram estes dias sobre a figura do presidente norte americano. Quer dizer o "poder" da imprensa, dos meios de comunicação é muito grande.

MAS QUE TIPO DE PESSOA A IMPRENSA ESTÁ QUERENDO FORMAR?

Ontem eu estava procurando informações no noticiário sobre o bolsa família, quando encontrei uma "pérola": um deputado federal, líder do PT na câmara, ao defender o programa (que tem que ser defendido porque é dos amigos e não pelo seu valor), afirmou que se fosse para usar o recurso repassado as famílias para comprar cachaça, ainda assim seria um programa excelente, porque esse tanto de cachaça comprada trará ao menos benefícios econômicos para a indústria produtora.

Tirando qualquer necessidade de criticar algo tão estúpido, fico pensando, mas que consequência isto tem sobre a nossa juventude?

Sendo assim não sei (ou sei) se a imprensa ou políticos se dão conta do seu papel educativo, ou melhor deseducativo, no nosso país.

Todos nós que temos resposabilidades: pais ou professores, imprensa ou políticos ou qualquer pessoa pública (como os artistas por exemplo) temos que sentir o impacto da pergunta daquela mãe:

MAS VOCÊS QUE TIPO DE PESSOAS QUEREM FORMAR?

Temos que nos deixar tocar pela morte e pela vida daqueles dois jovens, que nos interpela a tal ponto. Tudo fica imobilizado diante desse mistério que é a outra pessoa, que está ao nosso lado e que muitas vezes não percebemos e cuja morte prematura nos interroga tão intensamente.

MAS VOCÊS QUE TIPO DE VIDA QUEREM VIVER?

Para mim e para o grupo do GPC, como pais ou professores, como pessoas com um compromisso social e político o importante é responder cada dia a essas perguntas, não esquecermos delas nenhum dia. Procurar sempre estar diante desse outro, desses jovens, com o desejo de que cada coisa que fazemos seja de fato um ato EDUCATIVO, que contribua realmente para a sua cidadania e a sua felicidade.

Um comentário:

isaac m s disse...

MESTRE BENEDITO , GOSTEI DO TEMA TEMOS DE REPENSAR ,AS FORMAS E TIPOS DE PROFISSIONAIS QUE QUEREMOS TER , A CULTURA ESTA FICANDO CAOTICA , PIOR AINDA A SABEDORIA QUE ESTA EM BAIXA