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terça-feira, 19 de abril de 2011

O QUE É A VIDA? SOMENTE O ESPAÇO DE TEMPO ENTRE O NASCIMENTO E A MORTE?

Quarta passada acompanhando a minha esposa a um hospital, que também é maternidade, ainda em choque pela tragédia do Realengo me deparei com estes dois momentos da vida, tão opostos como sentimento, mas tão iguais na intensidade que envolvem as pessoas: nascimento e morte.

Fiquei sentado ali algumas horas esperando com minha esposa e observava os pais com seus filhinhos recém-nascidos, era só alegria. Havia uma família que aguardava ao parto e ao grande momento, da nova vida que brotaria e encheria o espaço ocupado pela expectativa com uma alegria que é indescritível.

Não tive como não pensar nos momentos de dor vividos naquela escola em Realengo e o profundo choque que todos vivemos com a morte daqueles 12 meninos. Tudo que aconteceu naquela sexta era mal, seja como origem, o que levou aquele jovem de 23 anos a matar e se matar, e finalizava com um mau ainda maior, a morte de 12 meninos sem que nada pudesse preencher aquele espaço de dor e espanto.

De um lado vida, alegria, sorrisos, esperança. De outro morte, dor, tristeza, lágrimas, desespero. Tudo faz parte da mesma vida que vivemos.

Como se colocar diante dessa vida, que começa com um choro e muita alegria e que termina num silêncio e muito choro?

Esta semana é semana santa que, para nós cristãos, finaliza um período de reflexão e oração sobre a dor e a morte e inicia um outro de alegria e reflexão sobre a vida que não terá fim. NADA MAIS CORRESPONDENTE! PÁSCOA, PASSAGEM DA DOR PARA A VIDA!

Sem a ressurreição a vida é algo a mais do que alegria do início e dor do fim?

Cada um que responda para si, mas para mim a vida que desponta do modo como desponta e que me chamou a atenção aquele dia na maternidade não pode acabar para aqueles 12 meninos do Realengo, o mal não vencerá!

Podemos pensar a partir da tragédia do Realengo na necessidade de enfrentarmos em nossas escolas a realidade do "bullying", no nosso país a questão do desarmamento, da violência nas nossas cidades. É nossa responsabilidade diante desses "12" que todos os dias ocupam as páginas dos jornais, por diferentes motivos: consequência do tráfico nas nossas vilas ou do tráfego violento das nossas cidades. Não importa é nossa responsabilidade. Esses "12" de todos os dias GRITAM por isso.

Temos que pensar nessas crianças que todos os dias nascem no nosso país, mas em que condições? O seu choro é também por isso, seremos vítimas de outras tragédias de Realengo?

Logo em seguida ao acontecido no Rio de Janeiro a imprensa passou a apresentar quotidianamente a rediscussão do desarmamento. Interessante, não deveria haver nem discussão, é impedir a venda e combater este outro tráfico assassino: o de armas. Esperamos que o silêncio habitual que ocorre na imprensa conforme o tempo passa e outros fatos são noticiados, não ocasione mais uma vez o silêncio dos políticos e do governo sobre o assunto (ver postagem anterior).

AQUELES "12" GRITAM POR ISSO!

MAS ELES E AQUELES QUE VEM A VIDA TODOS OS DIAS NAS MATERNIDADES TAMBÉM GRITAM: MAS O QUE É A VIDA SOMENTE O TEMPO QUE SEPARA O PARTO DA PARTIDA DEFINITIVA?

Para mim somente a ressurreição é capaz de dar resposta completa para os que nascem e para os que morrem. Na vida a ressurreição indica uma missão que leva a uma paixão por toda vida: ao cuidado com aquela que está na barriga e que deve ser cuidada num pré-natal adequado, deve ser amamentada e cuidada por toda vida porque a sua dignidade mereceu um salvador como esse. Mas essa ressurreição e essa paixão que dela nasce também não nos deixa parado diante de qualquer tragédia que ocorra próxima ou distante de nós.

Não conheço outra resposta melhor que essa. VIVA A PAIXÃO PELA VIDA, MAS A VIDA QUE VAI DO PARTO PARA FRENTE, SEMPRE.

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