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terça-feira, 28 de junho de 2011

DILMA E FHC OU O PODER E OS OUTROS

A revista VEJA da semana passada (Veja nº 2222, pags. 76-77) trouxe uma matéria a respeito da carta que a presidente Dilma enviou para o ex-presidente FHC por ocasião do seu aniversário de 80 anos. O aspecto que chama a atenção é o reconhecimento da contribuição que ele deu quando ocupou a presidência do país. Deixou claro também as diferenças que existem entre eles, mas declara que isto não a impede de tomar esta atitude.

FOI UM ATO DE GRANDE NOBREZA!

É deste modo que a democracia será construída.

É desnecessário dizer que em oito anos Lula sempre afirmou o contrário, assim como todo o PT seguindo seu exemplo também sempre fez. Neste caso, a lógica é: para mim e para os meus amigos todos os louros, para os "inimigos" a guerra.

Assim não se contrói a democracia.

Não me interessa aqui discutir, como tem sido feito pela imprensa, que agora Dilma está se descolando do Lula. Não sei se isto está acontecendo, acho difícil que venha a acontecer, mas isto não tira nada da importância social do gesto da presidente, qual seja, dar um bom exemplo para todos, em especial para os jovens. Deste modo  Dilma e FHC (que retribuiu a carta com a mesma abertura) mostram que é possível discordar sem que o outro se transforme num inimigo. O outro pode até ser um adversário político, mas não é um inimigo e nossa relação é de debate, mas nunca será GUERRA.

Isto é um grande exemplo que a presidente está dando de um política diferenciada, mesma que eu continue discordando de outras posturas dela, como por exemplo no caso Palocci ou Erenice Guerra.

Quero continuar com a temática do poder: o que a Dilma tinha, nesse caso, era o poder de continuar afirmando uma falsidade como seu antecessor ou o de resgatar a verdade. Optou pela verdade em detrimento de um política nociva.

É claro que uma decisão na vida pública deve ter correpondência em decisões na vida privada. Aqui reside um âmbito da vida onde normalmente se escorrega: não vai ser reconhecido, vai ficar escondido, tudo bem, não tem repercussão na imprensa tudo bem!

É evidente que não é assim, a Verdade sempre será mais importante que a mentira, ainda que seja escondida.

Fiz essa reflexão enquanto caminhava pela Lagoa da Pampulha. Normalmente enquanto você anda tem de desviar de pessoas andando de bicicleta que não deviam estar andando ali, pois a área para ciclistas é outra. E a sujeira dos cães de estimação que são deixadas no passeio só esperando o primeiro distraído. Normalmente eu brigaria porque acho um absurdo, me ocasiona uma grande raiva, porque para mim é uma forma de desrespeito.

A primeira reação é pensar: se eu fosse prefeito, ou administrador da regional Pampulha, resolveria criando impedimentos para que isso ocorresse. Mas eu não sou, e não serei, como faço, parto para a briga?

Seria incoerente eu dizer aqui no meu blog o que venho dizendo sobre o poder e na minha vida privada agir de modo diferente. É evidente que as pesssoas que agem do modo descrito acima estão desrespeitando AOS OUTROS. Porém, qual a solução? O uso da força se tenho poder físico. Mas e se não tenho? Uso uma arma, que parece não ser muito difícil conseguir, se tenho o poder do dinheiro para comprar. E se não tenho? Roubo se tenho  o poder da "esperteza" para fazê-lo.

Enfim nesta lógica do PODER o OUTRO só pode ser inimigo e a solução será sempre uma violência: quer seja dizer que a pessoa fez algo que ela não fez (como no caso Lula/PT e FHC) ou fazer uma violência física, como existem tantos exemplos e o último mais estarrecedor foi o do Realengo, são do ponto de vista do que é verdadeiro a mesma coisa.

No uso do PODER seja no espaço micro do dia-a-dia de todo o mundo (dos sem poder) ou no espaço macro da política (dos que tem poder) sempre vou me deparar com o OUTRO, que exatamente por ser outro é diferente de mim.

A questão então é usar do poder de modo que o outro nunca seja um inimigo, no poder/ ou política como SERVIÇO o outro é sempre um IRMÃO.

Qual tipo de poder você quer escolher para sua vida e para  o país, para o seu estado ou a sua cidade?

A Dilma e o FHC nos deram um grande exemplo!

terça-feira, 21 de junho de 2011

PODER: FHC, LULA, DILMA....E PALOCCI!!!

Semana passada escrevi sobre o desenrolar do episódio Palocci como "consultor excesssivamente bem sucedido” e sua situação no governo Dilma. Um grande amigo me mandou um email questionando que tenho concentrado minhas postagens no governo federal.

A minha opinião eleitoral sobre a candidata Dilma foi expressa aqui algumas vezes. Não votei nela e expressei aqui os motivos. Também escrevi aqui após a vitória da Dilma que não sou anti-petista nem serrista, mas a minha opção está vinculada ao modo como vejo a política, a relação entre sociedade e estado, idéias que estão expressas em páginas deste blog.

Porque falar do episódio Palocci? Para falar mal da Dilma? Para falar mal do PT?

Evidentemente Palocci, Dilma, PT e Lula estão interligados na política.

Na minha opinião, não cabe dizer que a Dilma foi bem avaliada mesmo com o episódio do Palocci, aliás o Lula também foi apesar do mensalão, dos aloprados e do próprio Palocci, que não podemos esquecer é reincidente, não como ministro e ex ministro, mas em envolvimento em escândalos, aliás me disseram que a fama dele em Ribeirão Preto é antiga.

Não vale dizer que outros roubaram, que houve escândalos no governo FHC e que corrupção em política não foi inventada pelo PT, mas que nunca antes nesse país, apesar disso, os pobres foram tão valorizados.

O FATO CONTINUA O MESMO. DE ONDE VEIO, PORQUE VEIO E PARA ONDE FORAM OS 20 MILHÕES "ARRECADADOS" PELO PALOCCI BEM NO FIM DA CAMPANHA DA DILMA?

Ter sido demitido evidentemente não responde, não resolve!

Esta era a primeira intenção da postagem anterior que não tem nada a ver com ser contra ou a favor da Dilma. Fui contra a sua eleição e já expliquei, porém enriquecimento patrimonial de 20 vezes em quatro anos de uma pessoa escolhida como ministro, após esta mesma pessoa já ter saído de um governo anterior por envolvimento em um escândalo, É OUTRA COISA TOTALMENTE DIFERENTE.

Tinha um segundo motivo que é o mais importante e que tentei introduzi-lo a partir da Dilma e do Palocci que é o poder, especificamente o político. Qual a sua finalidade? Este era o objetivo da postagem! O objetivo do poder político é o enriquecimento dos que estão no poder?

Esta é para mim a mensagem do episódio recente do ex ministro Palocci e de outros semelhantes: seja de FHC ou Lula, Dilma ou Serra, não é meu objetivo fazer uma investigação sobre se aconteceu ou não. Quero debater o poder político cuja principal finalidade seja enriquecer quem está no poder! Isso é o que um episódio como esse ensina aos jovens.

Mas havia também um terceiro motivo: falar de um poder que é mais importante que esse do governo e que é daqueles que estão fora deste poder, mas que tem de se posicionar para que algo de bom seja feito. Nós temos que nos posicionar seja em relação a quem quer que seja: Lula ou FHC, Serra ou Dilma.

Gostaria aqui de introduzir um trecho que li essa semana e que diz que não temos medo do poder, mas das pessoas que dormem, porque é sua impotência que cria a potência deles. A "influência do poder está em proporção direta com a nossa impotência." "Isso quer dizer que uma incidência tão forte do poder sobre nós acontece também por conivência nossa." O trecho continua “nós não falamos do poder porque temos medo, falamos do poder porque precisamos despertar do sono. A força do poder é a nossa impotência. [...] Porém, nós não temos medo do poder, temos medo das pessoas que dormem e, por isso, permitem ao poder que faça com elas o que quiser" (Livro dos Exercícios da Fraternidade de Comunhão e Libertação, página 17).

“Falamos do poder porque precisamos despertar do sono.”

Este é o principal motivo, despertar-nos do nosso sono social e político, que é a força principal de quem quer usar dele para manter-se no poder.

Para mim precisamos agir para construir um poder cuja única finalidade seja a sua razão de existir, a POLIS, a cidade, o povo, a sociedade. A sociedade significa problemas concretos que as pessoas tem: de saúde, de educação, de segurança, de fome, de trabalho, de lazer, em outras palavras: CIDADANIA.

Aqui me parece reside a questão: se num governo, como o da Dilma e como qualquer outro, as pessoas ascendem a ele para o seu enriquecimento, é evidente que este será um espaço de corrupção, como ocorre no Brasil e em qualquer lugar do mundo.

Somente um poder como serviço ao outro, as suas necessidades concretas, é um poder digno de ser exercido.

Mas um poder assim, não nasce do nada, de boas intenções, nasce na medida que os sem poder como nós começarmos a agir politicamente, se não aceitarmos um papel secundário, quando o nosso é o central. AÍ COMEÇA A MUDAR.

AMIGO É SOBRE ISSO QUE QUIS FALAR!

terça-feira, 14 de junho de 2011

DILMA, PALOCCI E O PODER

Segundo a imprensa, finalmente após 15 dias Dilma demitiu o ex-ministro Palloci. Ainda informou que este momento representa o primeiro rompimento dela com o Lula e agora começaria de fato o seu governo.

Ganhou repercussão a vida da nova ministra Gleisi Hoffmann, até então desconhecida  para mim e acredito para maioria da população brasileira.

ESSE É O PODER!

Na vida do poder sai um e entra outro quase como se todas as pessoas fossem iguais. Gleisi e Palocci tanto faz, o importante é que agora a Dilma está livre do Lula. Mas se era para ela ficar livre dele porque estão juntos?

No mundo dos fora do poder muitas dessas coisas não fazem sentido.

No mundo dos fora do poder o que interessa é se a agenda declarada pela  Dilma de fato vai ser implementada: combate à inflação, garantia da rigidez fiscal, geração de empregos, investimentos em educação, distribuição de renda e combate à desigualdade e à miséria absoluta.

A nós se é Lula ou Fernando Henrique, Dilma ou Serra somente nos interessa na medida que quem estiver no governo cumpra com as promessas assumidas na campanha.

A nossa participação é o que pode garantir que as agendas sejam cumpridas. O poder verdadeiro é o dos sem poder, nós é que precisamos descobrir, interessar-se pela política e participar efetivamente dela é o que pode fazer a diferença.

Evidentemente para os que tem poder isso é algo que não interessa, porque?

Porque eles estão enriquecendo de fato, como o caso Palocci deixou claro, mas alguém tem idéia do enriquecimento do Lula? Ele tem um filho, o tal Lulinha, que é tão inteligente quanto o Palocci e construiu uma empresa de informática que da noite para o dia cresceu tanto quanto o patrimônio do Palocci!

Nesse mundo do poder A GRANA é o que interessa mesmo, que povo que nada!

Será que nós simplesmente assistiremos e não faremos nada porque NÃO TEMOS PODER??

terça-feira, 7 de junho de 2011

AVIAÇÃO, BRASIL, TERRA: SOCORRO O PILOTO SUMIU!

Na semana passada a revista Veja (nº2219, pag. 99-106) trouxe duas reportagens falando sobre dois acidentes aéreos ocorridos no Brasil, o do voo da Air France AF 447 e o do avião da Gol que se envolveu num acidente com um avião Legacy. O que fica claro nos dois casos é que apesar de todo o aparato tecnológico disponível certas decisões dependem de pessoas: no primeiro caso do comandante e co-pilotos e no segundo dos pilotos e dos controladores.

O segundo artigo sobre o acidente com avião da Gol volta ao tema de uma área descoberta de controle aéreo entre Brasília e a região Norte do país. Segundo o artigo, em 2010 ocorreram 24 situações de quase acidente contra 43 no mesmo período nos EUA. A comparação é entre o espaço aéreo de Brasília e o dos EUA, o qual possui o maior espaço aéreo do mundo. Além disso, situação dos controladores está longe de ser resolvida.

ASSIM SÓ NOS RESTA DIZER: SOCORRO O PILOTO SUMIU!

Claro que minha primeira tentação foi avaliar rapidamente a minha necessidade de viajar de Brasília para alguma cidade da região Norte. Será que é assim mesmo? É evidente que como cidadão brasileiro a resposta é NÃO.

É problema meu como de cada cidadão brasileiro.

A situação do Brasil, apesar do excelente momento econômico que vivemos nos últimos anos, é mais ou menos a mesma. Dá vontade de falar: SOCORRO O PILOTO SUMIU!

Não precisa nem falar que um componente importante deste piloto, que no caso de nossa sociedade é o Estado Brasileiro, a nossa presidente de fato sumiu. Não sei se é para compensar o tanto que o seu apoiador e predecessor falou e fala, mas nunca antes na história deste país houve um presidente assim.

Está certo que a situação de um seu escudeiro muito importante vai de mal a pior, mas é nesta hora que gostaríamos de ver uma posição clara ser tomada. Palocci, sai ou fica? Se fica, porque? Não me venha com conversa fiada. Se a presidente acredita que não houve tráfico de influência que declare, se não acredita que demita (escrevi isso aproximadamente às 16 horas, depois descobri que essa decisão se efetivara)!

Não adianta vir o predecessor falar que é tudo culpa da imprensa mal intencionada, porque não é. Não adianta dizer que é culpa da oposição que está usando de um fato secundário para ganhar espaço político, porque não é verdade.

Para tentar melhorar a situação o predecessor procurou apoio em quem? Gente da melhor qualidade: Renan Calheiros e José Sarney, que se solidarizaram com Palocci, porque eles também foram "vítimas " de processos semelhantes. Eles disseram que apesar disso renasceram. Que coisa bonita!

A vontade também nesse caso é dizer: SOCORRO O PILOTO SUMIU, SUMIU O GOVERNO, SUMIU O CONGRESSO NACIONAL E O JUDICIÁRIO/ MINISTÉRIO PÚBLICO NEM SE FALE!

Por último, dentro desse mesmo tema,  depois de refletir sobre o Brasil, devemos pensar também na nossa casa principal, o nosso planeta Terra. Em 2011 chegaremos a 7 bilhões de habitantes segundo reportagem desta semana da revista  Época (nº681, pag. 87 a 110).

Novamente entraremos num período onde Malthus será lembrado. De um lado, os que dirão que como ele errou no passado a sua postura, mesmo que atualizada por novos problemas, está sempre equivocada. De outro, aqueles que atualizarão as suas idéias, esquecendo que, se ele falhou, eles também podem falhar.

O importante tanto em um caso, como no outro, é avaliar o porque ele falhou.

Independente de quaisquer explicações mais profundas, falhou porque a humanidade foi capaz de resolver um grande problema: alimentação suficiente para todos. Esse uso do meio ambiente presente na chamada revolução verde está por trás de muitos dos problemas que hoje são a pauta dos novos Malthus.

Qual seria esse passo que a humanidade deveria dar para resolver os problemas que nos colocam novamente no dilema: terra ou gente?

Essa proposta já está desenhada há mais de 20 anos e foi formuldada assim:  ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações   http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/sustentabilidade.htm) e se chama SUSTENTABILIDADE.

Diante dessa situação mundial podemos também dizer SOCORRO O PILOTO SUMIU, somente que nesse caso o piloto é muito mais complexo. Basta olhar a conferência de Copenhague em 2009 (ver), que resultou num quase total fracasso. No caso brasileiro poderíamos acrescentar a votação do novo  código florestal (Novo código florestal ou porque não usar sacolinha de plástico), que por sinal ainda não foi concluído.

Olhando a partir dos nossos problemas e constantando que de algum modo eles se repetem em nível mundial podemos chegar a uma nova conclusão: na vida é como na aviação, a tecnologia contribui na solução de problemas, mas ela nunca dispensou, nem parece que dispensará o elemento mais importante em toda história, em toda a sociedade: A PESSOA, O POVO.