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terça-feira, 6 de março de 2012

ATÉ ONDE VAI A ÉTICA NA POLÍTICA?

Este tema da ética tem sido abordado neste espaço não tanto para criticar a atuação de políticos no Brasil (o que neste caso é muito fácil), mas principalmente para marcar a nossa posição. Apresentei em postagens anteriores vários aspectos que consideramos fundamentais: a ética está associada as escolhas que fazemos e estas as intenções;  se expressam no fazer concreto e objetivo da vida de cada um.

Um recente editorial da folha (02/03/2012) expôs uma opinião que é exatamente contrária dessas minhas afirmações e que por isso tomo como ponto de partida desta postagem para  debater  novamente o tema da ética na política.

O editorial diz o seguinte: "Questões como aborto e união homossexual podem ter relevância, para o eleitor, quando se trata de conhecer as convicções íntimas de cada político; pouco ou nenhum impacto exercem, contudo, sobre as ações de um prefeito com relação a transporte público, assistência de saúde ou coleta e reciclagem de lixo, para citar alguns dos problemas da cidade (leia)."

Ou seja, as questões como aborto e união homossexual tem que ver com convicções íntimas, mas isso nada diz de como vou proceder. Existem duas pessoas uma que está no íntimo e outra que se expressa publicamente. Assim, é possível que eu defenda uma política pública em defesa da infância e seja a favor do aborto.

Imaginem que malabarismos serão possíveis na política. Eu sou ético no meu foro íntimo, mas a minha prática pública é regida por outros princípios.

Por que motivo uma pessoa que, no seu "íntimo", não tem nenhum interesse pelas pessoas, no exercício de uma função pública enfrentará questões como transporte público, assistência à saúde e coleta de lixo? Não, aquilo que a pessoa faz no recôndito da sua pessoa se expressará nas suas atitudes públicas.

Aquilo que eu defendo do ponto de vista ético expressa um juízo meu sobre a sociedade e não existe esta separação entre o meu bem o bem coletivo, eles estão associados. Quando faço as minhas escolhas eleitorais devo sim levar em conta as "possíveis" convicções íntimas do candidato.  Porém,  como  também  é discutido no  editorial citado acima, existe uma "religião eleitoral", ou seja um fenômeno religioso que interessa exclusivamente como cooptação política como ficou evidente em dois  episódios  recentes: a escolha do "Bispo" Crivela para o Ministério da Pesca e a declaração do candidato Fernando Haddad sobre o aborto.

Para nós ética é tema básico na política e a experiência religiosa de alguém deve ser considerada como vinculadas ao futuro  exercício de um mandato. Mas ética e experiência religiosa que se expressam no exercício profissional da pessoa, no modo como vive a sua vida no âmbito familiar e da comunidade a que pertence.

Não deixemos nos enganar pelo uso eleitoral da experiência religiosa, é possível uma vivência social e política coerente com a experiência cristã, basta olhar para a direção certa.

RENOVA BRASIL. OLHA PARA O PONTO CERTO BRASIL.

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